terça-feira, 21 de outubro de 2008

Algodão da Bahia: cenário de crise preocupa o cotonicultor

A Bahia está às vésperas do plantio de uma nova safra de algodão. Noúltimo ciclo, 2007/08, o estado colheu 487 mil toneladas, sendo que o Oeste do estado, que concentra 96% de toda a produção baiana, respondeupor 470 mil toneladas deste total.

Para o próximo ano-safra (08/09), aestimativa da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) é deredução de área. Serão plantados 293.6 mil hectares de algodão, contra303,7 mil hectares em 2007/08, o que representa variação negativa de3,3%.

O cenário de incerteza desenhado pela crise dos EUA é uma dasprincipais razões para a diminuição na área de lavouras.

De acordo com a Abapa, boa parte dos produtores do Oeste reviu sua matrizprodutiva, reservando mais espaço para a soja em função dos menorescustos de produção e dos preços, que, embora estejam depreciados emrelação aos dois últimos meses, apresentam relação custo/benefíciomais interessante.

A crise dos EUA também compromete o desempenho dacotonicultura baiana na medida em que dificulta o acesso ao crédito paraexportação.Nos quesitos produtividade e qualidade, o algodão baiano vem reafirmandosua posição de destaque.

A média de produtividade nas lavouras do Oesteé de 270 arrobas de algodão em caroço, ou 107 arrobas de algodão empluma por hectare. “É um dos melhores desempenhos do Brasil e uma marcainvejável no mundo, uma vez que, como em todo o país, dispomos de poucasvariedades transgênicas. Do contrário, potencializaríamos a nossacapacidade produtiva”, conjectura o presidente da Abapa, João CarlosJacobsen.

De acordo com o presidente da Abapa, na safra passada o câmbio defasado era o maior problema dos produtores, já que os preços do algodão nomercado externo mal cobriam os custos com a produção.

Para a safra2008/09, o dólar está valorizado, mas a demanda dos compradores devediminuir em função da provável queda do consumo por causa da recessão,que derruba os preços da commodity.

“Dificilmente teremos margem de lucro. Mas, esta tem sido uma constantepara o cotonicultor brasileiro. Se não contássemos com o apoiogovernamental, através dos mecanismos de equalização implantados, como oPepro, seria impraticável permanecer em atividade”, afirma Jacobsen.

Fonte: Agripress

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