quinta-feira, 14 de maio de 2009

Morte ao voleibol, segundo a Rede Globo II

Paula Almeida/ UOL
Em São Paulo

A briga aberta entre a TV Globo e alguns patrocinadores que deixaram o vôlei no final desta temporada não deverá contar com uma interferência forte da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei). Nesta quinta-feira, o presidente da entidade, Ary Graça, deixou claro que a posição da emissora de não citar durante as transmissões de jogos o nome das empresas que apoiam os times continuará a ser respeitada.

"Eu sou desse tamanhinho, você acha que eu vou enfrentar [a Globo]?", questionou o presidente durante evento realizado em São Paulo para relançar uma bola com chip. "Vocês deveriam era pesquisar qual o real motivo para esses patrocinadores estarem saindo", pautou o dirigente, sugerindo que os argumentos contra a emissora não são adequados.

Mas apesar de admitir publicamente que não pretende "peitar" a Globo, Graça reconheceu que há a possibilidade de uma revisão do acordo entre a emissora e a entidade na estrutura da Superliga.

"Nós estamos conversando, e eles estão mais abertos agora do que antigamente", avisou o presidente da CBV. Ele salientou ainda que o diálogo da entidade não se restringe à emissora do Rio de Janeiro. "Estamos conversando com as TVs, e não é só sobre um item. Nós temos mais que ouvir do que falar, mas podemos pedir e insistir em alguns pontos de vista".

Ary Graça não quis explicitar exatamente quais assuntos têm sido tratados com os outros veículos de comunicação, mas negou que haja uma concorrência velada entre as TVs para a compra dos direitos da Superliga. O contrato com Globo, mais exatamente com o SporTV, termina no final da próxima temporada.

Problemas entre clubes e Globo

A insatisfação de algumas equipes participantes da Superliga com a TV Globo é antiga, porém ficou mais acentuada nos últimos anos. A primeira razão foi a instituição de uma final única, acabando com o formato de decisão em série melhor-de-três. O modelo, sugerido pela emissora, foi adotado em 2007/2008, repetido na última temporada e já está garantido para a próxima edição.

Treinadores e equipes já se manifestaram contrários ao formato agora vigente, considerado injusto. O presidente Ary Graça, porém, defende o sistema. "Isso foi aceito pelos clubes. O que é melhor, ter uma TV conosco em um jogo ou não ter em vários?", perguntou o dirigente.

Neste ano, as maiores críticas residem no fato de a Globo e o SporTV não falarem o nome dos patrocinadores durante as transmissões. Unisul e Finasa, que abandonaram o esporte após 10 e 20 anos de projetos, respectivamente, apontaram o fato como fundamental para a saída das empresas. A postura da emissora, porém, não é nova, o que leva Ary Graça a não concordar com os times.

Para o gerente do Santander/São Bernardo, José Montanaro, as críticas têm fundamento, mas não podem ser usadas como razão para a fuga de empresas. "Eu gostaria de ter o nome do Santander citado frequentemente, mas entendo o posicionamento deles [TVs]. Fica uma contradição, porque essa postura não é de agora", opina o ex-jogador. "Eu até gostaria que essa cultura fosse mudada".

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