segunda-feira, 13 de julho de 2009

Bahia luta para quebrar jejum de 25 anos

Neste texto-matéria de ficção ficamos com uma assustadora noção do que pode ocorrer com o nosso clube. O ambiente é Salvador nos próximos 20 anos.

Salvador, 30 de junho de 2027 - Há 70 anos uma partida entre Bahia e Galícia era considerada um clássico, com as duas equipes da capital disputando títulos nos campeonatos estaduais e posições de destaque nos certames nacionais. Hoje, os times disputam uma vaga na segunda divisão do Campeonato Baiano, mas os dirigentes dos dois clubes já vislumbram uma volta à primeirona, sobretudo os tricolores que estão longe da elite há exatos 10 anos.

Para o diretor de futebol, Marcelo Guimarães Neto, este é o jogo da história do Esporte Clube Bahia. A equipe vai completa para o Parque Santiago e espera um público de 2 mil torcedores no estádio. “Tivemos uma média de 800 pessoas por jogo, a maior do campeonato, o que possibilitou o pagamento da folha salarial. Além disso, temos 70 sócios em dia”, informa o cartola.

Em maio, o clube completou a marca histórica de 25 anos sem conquistar um título sequer. O último foi o do Campeonato do Nordeste em 2002 contra o Vitória, adversário que não enfrenta desde 2016, quando foi rebaixado pela primeira vez no estadual.

Aliás, rebaixamento não é nenhuma novidade no Fazendão. Desde 2003, quando deixou de compor a elite do futebol nacional (hoje não disputa nenhuma competição organizada pela CBF), o Bahia só conseguiu um acesso, em 2007, quando subiu da terceira para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. De lá para cá a equipe só colecionou fiascos em campo.

O número de torcedores também foi reduzido ao longo dos anos. No auge da sua história entre 1970 e 1990, o time levava em média 50 mil torcedores para a Fonte Nova, qualquer que fosse o adversário. Hoje, o time sequer figura entre as cinco maiores torcidas do estado (fica atrás de Vitória, Flamengo, Corinthians, São Paulo e Fluminense de Feira) e os maiores públicos na partida são de apenas 750 'testemunhas'.

Para tricolores históricos, equipes como as de 1985, 1988 e 1990 marcaram época e jamais deixam de fazer parte de suas memórias. O ex-cantor Ricardo Chaves, 64 anos, lembra que estava no Beira Rio em 1989, quando o Bahia desbancou o Internacional, atual bicampeão da Libertadores. “Foi uma tarde emocionante, aquele zero a zero está para sempre guardado em meu coração”, conta.

O ex-policial militar Wilton Noronha, 80 anos, lembra do tempo em que comparava os títulos com o rival Vitória. “Ainda estamos na frente, mas àquela época tínhamos 20 títulos de vantagem e hoje são apenas seis. O Vitória agora é tri-campeão brasileiro e hoje nos contentamos apenas com o bi”, observa.

Um comentário:

Eduardo Pelosi disse...

Muito bom o texto! Mas eu acho que, do jeito que as coisas andam, até lá o Bahia já deixou de existir...