domingo, 9 de outubro de 2011

Análise crítica de Bahea minha vida

Pequenos tricolores de sempre. Igor (E) aparece como figurante no filme.

Gabriel Carvalho

Com quase duas horas de duração, o filme Bahea é minha vida, de Márcio Cavalcante é quase uma partida de futebol, com todo o enredo que um jogo dramático merece. Gritos, euforia, lágrimas e emoção fazem parte de um roteiro muito bem elaborado, literalmente com início, meio e fim.

Depoimentos fabulosos é o que não falta no longa que levou quase três anos para ser produzido. Os relatos, tanto dos torcedores mais rebuscados como o intelectual JC Teixeira Gomes , quanto o de pessoas simples da arquibancada como Walter Bigode, acabam se convergindo em nome de uma religião chamada Esporte Clube Bahia.

Os craques de 59 naquele encontro casual serviram para mostrar que um passado de glórias representa a perspectiva de futuro. E isso podia ser visto na plateia composta por famílias inteiras: irmãos, pais, filhos e até netos juntos para ver o Bahia de outro jeito.

O choro de Zé Carlos e a impagável emoção do saudoso pai-de-santo Lourinho ao se encontrar com o eterno craque Bobô embargaram as vozes e gritos dos centenas de tricolores apaixonados que dividiam comigo, Sineia e Gabrielzinho a Sala 3 do cinema do Shopping Paralela. Os depoimentos apaixonados do senhor Rubem e dos campeões brasileiros (Antonio) Leone, Evaristo de Macedo e todos os outros que apareceram na telona também nos conduziram à uma sensação de amor e saudade igualmente grandes...

Confesso que senti falta de Gil, Caetano e Bethania no rol de ilustres que apareceram na produção que homenageia o clube de maior número de adeptos no Norte e Nordeste do Brasil, mas me alegrei bastante ao ver cenas memoráveis que já havia presenciado ao vivo na velha Fonte Nova como os 5x0 no nosso maior rival (1986), o gol de Raudinei (1994) e a cena de Bobô comemorando o segundo gol na vitória em cima do Internacional por 2x1.

Revi também cenas de um jogo que preferia esquecer que foi aqueles 7x0 do Cruzeiro, goleada que serviu como porta de entrada para o maior inferno das vidas de todos os tricolores.

Voltei a rir à toa e a me emocionar com as cenas do Campeonato Brasileiro da Série B (2010), quando o então capitão Nem, chancelaria de vez a nossa volta à primeirona. Nesse meio termo, revi também as cenas do primeiro e único jogo do Bahia que cobri como repórter: Bahia 0x0 Vila Nova, em 2007. Por ironia do destino, a matéria mais importante da minha vida, jornalisticamente falando, não foi assinada, pois o então editor de Esportes do Jornal A ATARDE não lembrou do meu nome, pois eu era da editoria Online.

Bola fora- Como não poderia deixar de ser, o filme Bahea minha vida teve seus deslizes como todo sucesso de bilheteria tem. Na minha opinião, o radialista Silvio Mendes deveria ser justamente substituído pelo também radialista Chico Queiroz, que viveu de perto aqueles “dias de 88” e conhecia como ninguém aquele plantel.

Também achei que não cabia Claudia Leitte num filme em homenagem ao Bahea, pois acho ela fake demais para falar do nosso tricolor. Enfim, quem ainda não foi, vá, pois o filme realmente é emocionante.

7 comentários:

Anônimo disse...

Poxa, Gabriel, vc conseguiu, em poucas linhas e de forma leve, fazer uma análise coerente do filme, sobretudo qdo vc fala sobre os ilustres q deveriam constar no filme e aqueles q deveram ser retiradossss...
Eu acrescentaria os torcedores q vão assistir q, em sua maioria, estão acompanhados de suas familias e tb filhos pequenos, mostrando q essa tradição n está reservada apenas ao estádio....o pai levar os filhos desde cedo p o futebol...

César disse...

Assino embaixo das suas letras, Gabriel. Preferia que Chico "lá dentro" Queiróz estivesse no lugar de Sílvio Mendes, que é rubronegro. E tb não curto Cláudia Leitte (como cantora...).
Mas, quem não foi ver ainda, vá. É muito bom. É uma aula de amor, paixão, vibração e alegria! Viva a nação tricolor!!

P.S.: Eu também assisti no Paralela. No sábado, sala 3. Sessão de 16h59...

Dryckalu disse...

Gabi, mesmo sem assistir o filme e não ter visto muitas dessas cenas do time tricolor, consegui projetar em minha mente as imagens de cada palavra dita em seu texto. Isso sim é um convite bem feito. Parabéns!!!!

Anônimo disse...

BBMP!

Anônimo disse...

Oi Gabriel, você já teve a oportunidade de perguntar a Gil, Caetano e Bethânia por que não estão no filme?
Pois bem, eles não se interessaram. Fiquei sabendo que a produção tentou muito e eles refugavam.
Fazer cinema na Bahia é muito fácil, vide a quantidade que assistimos no cinema, cite um!
Eu cito: Bahêa Minha Vida. E pelo que ouvi na imprensa, sem receber um centavo dos governos. Como muitos recebem e não fazem nada plausível. Aliás assisti, um chamado Super Outro, uma merda igualzinho àquela cena medonha do close no ânus do cidadão fazendo suas necessidades. Isso é cinema?

Márcio Cavancanti e sua equipe, mostraram ao Brasil, que sim, na Bahia existem pensadores. Parabéns Márcio Cavalcanti, Lázaro Santana, Dênis Ferreira, Sheila Gomes, Matheus Vianna, Bob Bastos, André Heleno, Movimento Filmes, Théo Nunes, André Sampaio, Roberto Araújo. Um muito obrigado de coração.

Gabriel Carvalho disse...

Prezado Anônimo, sinceramente não entendi o seu comentário. Eu adorei o filme, mas reitero que não cabia Silvio Mendes ali. Enfim, é só uma opinião. Se você é da galera que fez o filme, parabéns.

marcos araujo fonseca disse...

so uma pergunta pq ñ entrevistaro nilton nogueira pq pelo o que eu sei é o unico narrador baiano vivo que narrou os dois titulos nacionais do bahia. so isso mas no resto o filme é sim de primeira adorei parabens.