quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Seres humanos retificados em série



Gabriel Carvalho

Há muito venho notado que a “opinião pública” renova, a cada dia, os padrões de beleza e o que se vê nesta segunda década dos anos 2000 é uma verdadeira unificação deste tal padrão. Assistindo às novelas dos anos 80 e 90, no Canal (fechado) Viva, que pertence à Rede Globo, pude ver Regina Duarte com os dentes tortos e amarelados e, mesmo acima do peso, fazendo o papel da sensual Viúva Porcina. Vi também o então magrelo Fabio Junior vivendo um galã sedutor, com um corte de cabelo para lá de estranho e roupas igualmente esquisitas, além de uma diversidade de tipos outros que hoje já não vemos nas ruas ou nas telas.

Atualmente, o que vejo são mulheres com pernas cheias de gomos de músculos e cada vez menos celulites, por conta da alta carga de exercícios físicos praticados e homens de peitos, pernas e sovacos raspados, musculosérrimos nos membros superiores e caixa torácica e com canelas de graveto. Os dentes também mudaram e estão cada vez mais alinhados e azuis de tanto clareamento artificial.

Só para se ter uma ideia, em 2009, ou seja, há três anos, foram realizadas quase 650 mil cirurgias plásticas no Brasil, que é o segundo país do mundo neste tipo de procedimento, atrás apenas dos Estados Unidos. As mulheres são as que mais se submetem à cirurgia (82%), principalmente de lipoaspiração (29%) e seios (19%).

Diante de tal cenário, fico a me perguntar: antigamente era feio ver tantas pessoas diferentes, com características mais originais e fieis aos seus genes ou o bacana é o hoje, onde as pessoas têm uma beleza estética próxima da perfeição? Sinceramente, não sei qual é a resposta certa. Só sei que não gosto das mulheres esqueléticas dos desfiles de moda ou daquelas que têm os umbigos deformados pelas plásticas e lipoaspirações.

Com relação aos homens, não posso opinar qual seria o tipo mais interessante, pois não me considero e nem pretendo ser um especialista no assunto.

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