quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Brasil continua sendo uma opção cara para turistas estrangeiros


Gabriel Carvalho*

Com passagens aéreas custando até R$ 6 mil nos trechos Sudeste/Nordeste e água de coco custando US$ 3 em Ipanema, no Rio de Janeiro e em Florianópolis, em Santa Catarina, o resultado não poderia ser outro. Rio e São Paulo, cidades que são cantadas em verso e prosa pela mídia nacional, estão quase de fora da lista das 100 mais visitadas do mundo por estrangeiros. Destinos como Salvador, Fortaleza e Recife nem figuram na relação.

E um detalhe: Buenos Aires tem quase a soma dos turistas internacionais que visitam as duas principais cidades brasileiras. O que? Isso mesmo. São quase três milhões de visitantes por ano, enquanto Rio e São Paulo têm pouco mais de 1,5 milhão cada.

E por que resultados tão pífios? Será que falta qualificação profissional, faltam bons estabelecimentos? Talvez, mas não vamos longe. Fiquemos com a própria Buenos Aires, que em muitos casos possui batedores de carteiras na Calle Florid, garçons grosseiros nos restaurantes e taxistas “espertos”. Lá, é fácil se deslocar, vindo do Uruguai, Paraguai e do próprio Brasil.

Aqui, há um disparate no que se refere a preços de passagens aéreas e, em alguns destinos, hoteleiras também. Vide o exemplo da Rio +20, onde os preços das tarifas de hospedagem beiraram a estratosfera. Em Salvador, os empresários de hotéis dizem que as tarifas estão baratas, se queixam da situação que o ex-prefeito João Henrique deixou a cidade, mas colocam a culpa mesmo na tal tarifa de passagem aérea.

E em parte eles têm razão. As companhias reduziram o número de linhas e preferem voar com pouca gente pagando muito do que muita gente pagando pouco, segundo o presidente do Conselho Baiano de Turismo, Silvio Pessoa.

Diante de tudo isso, vemos o Brasil atrás de países como México, Argentina e até da cidade de Pattaya, na Tailândia. Há pelo menos cinco anos, o país estagnou-se no número que não chega a 6 milhões de turistas recebidos.

Até o brasileiro – que tem alto poder aquisitivo – tem preferido o exterior aos destinos tupiniquins. Prova disso é o gasto dos brasileiros no exterior, que soma US$ 22 bilhões contra apenas US$ 6 bi de gastos estrangeiros no país do futebol.

Ainda há tempo, pouco, mas há para que esses ajustes sejam feitos e o setor do turismo passe a surfar melhor nas ondas da economia nacional.

*É jornalista, publicitário e especialista em Assessoria de Comunicação Integrada e Redes Sociais Digitais.

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