quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Em Juazeiro do Norte todo mundo é Cícero

Estátua de 25 m de altura é símbolo da fé dos romeiros do NE

Se na Paraíba todo mundo é Zé, aqui todo mundo é Cícero. Essa foi a resposta do recepcionista de uma pousada em Juazeiro do Norte que se chamava Cícero da Silva, quando eu perguntei se havia muitos Cíceros na cidade.
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Segundo ele, as famílias juazeirenses - 90% católicas - colocam sempre o nome do Padim em alguns dos filhos, quando estes nascem homens. "Acho que é para dar sorte, ou para ser abençoado", explica.
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Vista da chegada do Horto do Pe Cícero
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A Colina do Horto (foto) é o principal ponto de visitação da cidade. Lá, estão a estátua do Padre Cícero, medindo 25 metros de altura, o Museu Vivo da Cultura popular Nordestina, o Santo Sepulcro, a Muralha da Guerra de XIV e a Via Sacra.
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O "Padim" domina os souvenires das barracas locais

E não é só no nome de pessoas que o Padre Cícero está presente. Ele também titula grande parte dos estabelecimentos comerciais da cidade. É posível ver o nome do religioso em hotéis de romeiros, restaurantes, barracas de souvenires (foto), lan houses e até em casas de material de construção.
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Os comerciantes que batizam suas casas com o nome do padre explicam que o procedimento é uma regra, pois uma boa fatia da economia da cidade se relaciona com o turismo religioso, que traz milhões de visitantes por ano, em pelo menos quatro ocasiões: 24 de março (data de nascimento de Padre Cícero); 20 de julho (falecimento de Padre Cícero); primeira quinzena de setembro (Festa da Padroeira Nossa Senhora das Dores); e 2 de novembro (Dia dos Finados).
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Mais de 90% dos visitantes levam para casa lembranças como camisetas, canecas, rosários e também imagens de todos os tamanhos do próprio Padim.
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Além do turismo religioso, que faz o comércio responder por mais de dois terços do PIB da cidade, que é de aproximadamente R$ 800 milhões, a indústria se destaca e faz de Juazeiro do Norte o maior pólo calçadista do Norte/Nordeste do país e o terceiro maior do Brasil.

4 comentários:

Andreia Santana disse...

Gostei muito da foto dos souvenires. Independente de você ser ou não um dos desses grandes fotógrafos citados, o registro vale a clicagem. Eu não conheço Juazeiro do Norte, mas fiquei conhecendo um pouco mais agora.

Anônimo disse...

Ah então acompanhe o blog, pois ainda falta contar a história em texto.

Andreia Santana disse...

A mistura de dados oficiais com a sua narração do clima da cidade, com as impressões pessoais sobre o lugar, fazem da seqüência um ótimo exemplo de new journalism. Gostei muito gabi, é a forma mais sedutora de contar uma história.

César disse...

Bom relato, Gabié... Gostei mesmo. Vou aguardar anciosamente pelo relato dos milagres... Boa sorte!