Se
há pelo menos cinco ou seis anos os forrozeiros tradicionais se revoltavam
contra a presença de bandas estilizadas que mais se parecem de lambada, com
dançarinas semi-nuas e letras de música que apontam para a sexualidade, porém
conservando instrumentos como sanfona e triangulo, agora a agonia dos
defensores do estilo pé de serra é outra. Tanto o seu forró, mais tradicional,
quanto os das lambadas travestidas de música nordestina agora sofrem a desleal
concorrência das bandas de axé music, que não hesitam em invadir e até mesmo
descaracterizar a pureza e o ar nostálgico que se tinha até o início dos anos
2000, nas festas do interior.
A
maioria das bandas que enchem os cofres de dinheiro no carnaval estará presente
nas festas juninas privadas, mas, em alguns casos, prefeituras já começam a
preterir o forró da sua grade principal. É o caso de um município baiano, que
aqui não vou citar, mas que já divulga a sua grade de grandes atrações com
apenas uma banda de forró.
Os
gestores municipais e os empresários do entretenimento talvez não estejam
enxergando que podem, lá na frente, assassinar de vez uma das festas mais
lindas da Bahia, que é o São João. A perda da originalidade já fez com que
outras manifestações culturais perdessem o charme e o apelo popular e esses
próprios gestores devem saber que este não é o caminho correto, uma vez que já
viram suas próprias micaretas sucumbirem ao longo do tempo.
Já
está na hora das próprias bandas de forró, que tocam o forró de plástico, e os
forrozeiros tradicionais que conservam os originais acordes da sanfona, zabumba
e triangulo unirem-se para salvar uma festa que também já começa a dar sinais
de desgaste.
Na
minha opinião, é muito mais legal (no auge na juventude) beijar, namorar e
paquerar no São João do interior ao som de um arrastapé agarradinho do que ao
som de qualquer outro ritmo.
Como
diria Gilberto Gil, Viva São João.
Um comentário:
Grande verdade isso aí, é uma pena que seja assim mesmo!...
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