terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Televisão, internet e convergência

Gabriel Carvalho*

 Há muito a TV aberta tem perdido telespectadores para vorazes concorrentes como a sua versão fechada e a internet, através de sites de compartilhamentos de vídeos como o You Tube e o Vimeo, que trazem consigo uma gama de produções independentes, vide o sucesso de canais como o Porta dos Fundos, Galo Frito e os de rappers e grupos musicais. Os celulares, tablets e computadores se tornaram os grandes controles remotos da segunda década dos anos 2000, com um número cada vez maior de usuários.

Recentemente, o Facebook modificou o sistema de visualização dos vídeos “upados” no site, afim de torná-los ainda mais compartilháveis e visualizados. Que lição as grandes redes podem tirar disso tudo? Creio que é a de que as pessoas admiram cada vez mais a ideia de se verem na tela. Seja nas selfies, nos filmes caseiros de aniversários, nos sites de compartilhamento de vídeos de sexo e por aí vai. Mas não é só isso. As TVs parecem que estão começando a escutar o recado dado nas redes sociais.

Há quatro anos, a Globo resolveu criar o Canal Viva, que é a sua versão retrô. Lá, o telespectador assiste a antigos programas, novelas e séries que foram sucesso num passado distante e em outro nem tão distante assim. Os índices de audiência surpreenderam e foram tão grandes que fizeram com que a própria Globo pinçasse alguns programas do Viva e o reativassem em seu canal principal. Exemplo disso é a Escolinha do Professor Raimundo, programa humorístico em que quase a totalidade de seu elenco já está no andar de cima e hoje está presente no Video Show, periódico que atravessava uma sangria de audiência quase irreversível.

 Outra produção do século passado alçada ao primeiro escalão global, a novela Rei do Gado (1996) superou o seriado Malhação e encostou em Boogie Ogie no que se refere a audiência. Diante do exposto, cabe às emissoras, principalmente à Globo, que ainda é a principal no país (eu acho que dificilmente deixará de ser), repensar nos formatos e buscar no passado, sem deixar de olhar para o bonde que está passando, as soluções para o presente e futuro.

 Ah, e só para não deixar de falar da Xuxa. Acho que a apresentadora do Viva continuará com mais sucesso que a recém contratada pela Record.

 *Gabriel Carvalho é jornalista, publicitário e especialista em Assessoria de Comunicação Integrada e Redes Sociais

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