Mais de 4 mil pessoas morrem todos os anos em São Paulo devido a doenças ocasionadas pela má qualidade do ar. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (20), pelo professor e coordenador do Laboratório de Poluição da USP, Paulo Saldiva, durante seminário realizado no Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC-Ufba), em Salvador.
Durante o encontro coordenado pelo pesquisador baiano Ademário Spínola, Saldiva disse que mais de 6% das mortes consideradas de causa natural estão ligadas à poluição e má qualidade do ar, número maior que o de pessoas vitimadas por doenças como Aids e Tuberculose. Entre as doenças provocadas pela poluição estão infarto, pneumonia e câncer de pulmão.
Salvador - Na capital baiana, o percentual pode ser alto, uma vez que a cidade não possui um sistema de transporte de massa adequado. “E em São Paulo esse número só não é maior, pois o metrô ameniza um pouco a emissão de gases poluentes na atmosfera”, disse.
Em estudos realizados pela equipe de Saldiva durante as greves dos metroviários na capital paulistaem 2003 e 2006, foi constatado que o risco de aumento dos percentuais de mortes por doenças respiratórias ficou entre 13% e 24% maior.
A farmacêutica e pesquisadora baiana que integra um grupo de estudo no Instituto de Saúde Coletiva da Ufba, Nelzair Vianna, afirmou durante o seminário que no próximo mês de junho será divulgado uma pesquisa abrangente sobre a qualidade do ar em Salvador, que foi iniciada em outubro de 2010.
Um outro estudo, feito pela própria Nelzair em 2007, foi constatada a presença de metais pesados no ar respirado pelo soteropolitano. “Sete localidades foram escolhidas e na Pituba foi encontrada uma grande quantidade de chumbo na atmosfera”, disse.
A pesquisadora informou ainda que o Comércio foi considerado o local com o maior percentual de gases poluentes da capital baiana. Por lá, passam diariamente centenas de ônibus e caminhões.
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