Gabriel Carvalho*
Nesta semana,
o senador Demóstenes Torres (sem partido -GO) resolveu adotar uma prática que
está garantida como um direito na Constituição Brasileira: o de ficar calado.
Essa decisão, imagino, deve ter sido orientada pelo seu conhecido advogado,
Antonio Carlos de Almeida Castro, o que causou um misto de tumulto e pirotecnia
entre alguns parlamentares como o deputado federal pernambucano Silvio Costa
(PTB) e o senador mato grossense, Pedro Taques (PDT).
Que o antigo paladino
da ética esteve calado durante convocação no Conselho de Ética do Senado, a
maioria dos brasileiros bem informados sabe, mas o seu silêncio nas redes
sociais digitais ainda é pouco conhecido pelos brasileiros e, ao que parece, passou
despercebido pela grande mídia, sempre atenta às coberturas dos escândalos
políticos nacionais e também pelos mais de 30 mil seguidores do senador.
Em
levantamento feito por este jornalista que vos escreve no perfil do senador
Demóstenes no Twitter – uma das redes sociais digitais de maior visibilidade na
internet – foi constatado que a última aparição do parlamentar se deu há 70
dias, ou seja: no dia lá pelos idos de março, quando o escândalo do Cachoeira
começava a se consolidar na grande mídia.
Na última
mensagem, postada no dia 31 de março, Demóstenes Torres, que ainda era dos
quadros do Democratas, relatava os dissabores do seu calvário. “O sofrimento
provocado pelos seguidos ataques à minha honra, é difícil de suportar, mas me
amparo em Deus, e na certeza da minha inocência”, disse.
No mesmo dia, ele havia postado nove mensagens, todas de defesa da sua honra e caráter, onde falava do seu “sofrimento” e também dos familiares, pelas “injúrias”, “calúnias” e “difamações” que estava sofrendo.
As postagens,
entretanto, demonstravam um homem frágil, que em nada se parecia com o
combativo opositor dos governos de Lula (2003-2010) e Dilma Rousseff.
Até a avalanche
provocada pela suspeita de envolvimento
com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, que parece ter passado como uma enxurrada
pelo seu capital político, o senador utilizava a sua conta do Twitter para
fazer o seu papel de opositor e também para divulgar o seu bom gosto pela
música e por textos do jornalista João Paulo Teixeira, assim como prestar
serviços wikipedianos, informando qual
personalidade nasceu ou morreu em determinadas datas.
No repertório
de críticas, ataques aos setores da Saúde, Educação e até cobranças para o
fortalecimento das Forças Armadas. Agora, sem tempo até para dormir, como ele
próprio disse no Conselho de Ética do Senado – mesmo tomando remédios calmantes
– Demóstenes Torres parece também não ter tempo para as redes sociais.
* Gabriel Carvalho é
jornalista, publicitário e pós graduando em Assessoria de Comunicação Integrada
e Redes Sociais Digitais
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